
A defesa de Gilberto Rodrigues dos Anjos, condenado a 225 anos de prisão pela chacina que vitimou a própria mãe e três filhas em Sorriso (MT), entrou com pedido de redução da pena, questionando parte das condenações.
O pedreiro foi considerado culpado por estupro, estupro de vulnerável e feminicídio contra Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas três filhas, de 19, 12 e 10 anos, na madrugada de 24 para 25 de novembro de 2023. O crime foi descrito pelo Ministério Público como um “plano diabólico” e um dos mais brutais já registrados em Mato Grosso.
Durante o julgamento, que durou cerca de 10 horas no Tribunal do Júri de Sorriso, a defesa admitiu a autoria dos feminicídios, mas contestou os crimes de estupro. Segundo a argumentação, os atos teriam ocorrido após a morte das vítimas, o que configuraria vilipêndio de cadáver, crime cuja pena varia de 1 a 3 anos, bem inferior à de estupro.
Apesar da tese, o Conselho de Sentença rejeitou o pedido, mantendo todas as qualificadoras. A pena foi fixada em 225 anos de reclusão, a ser cumprida em regime fechado.
O promotor de justiça destacou a frieza e a premeditação do crime, afirmando que o réu “subtraiu 229 anos de vida das vítimas”. Já a defesa afirmou que, “por decência”, não pediria a pena mínima, mas insistiu na desclassificação do estupro.
Antes do julgamento, a defesa também tentou transferir o júri para Cuiabá, alegando risco de parcialidade em Sorriso, mas o pedido foi negado pela Justiça.
O caso continua repercutindo em todo o estado e é considerado um dos julgamentos mais emblemáticos do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.