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Minigeração solar em Mato Grosso, desafios atuais e oportunidades futuras

Redação julho 14, 2025
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Por Ruah Carlos Araújo- engenheiro eletricista e diretor da Associação Brasileira dos Engenheiros Eletricista, seção Mato Grosso (ABEE-MT)

A suspensão da conexão de novas miniusinas solares em Mato Grosso, determinada pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) em conjunto com a Energisa, trouxe apreensão para empresários, investidores e profissionais ligados ao setor de energia solar. A justificativa se baseia em questões técnicas, especialmente ligadas à instabilidade da geração solar e às dificuldades das hidrelétricas em compensar variações súbitas na produção.

Essas oscilações têm gerado problemas de sincronismo entre as fontes de energia, o que, conforme apontado pelo ONS, pode comprometer a segurança do sistema elétrico estadual caso mais usinas de médio porte sejam conectadas. Em função disso, novos pedidos de conexão de miniusinas estão sendo indeferidos, enquanto os projetos já aprovados poderão ser concluídos dentro de prazos definidos.

A medida afeta diretamente um setor que vem apresentando forte crescimento. Mato Grosso já conta com mais de 197 mil usinas fotovoltaicas, beneficiando mais de 250 mil consumidores. Deste total, 1.858 são miniusinas, com potência instalada de 783 MW, representando quase 30% da geração distribuída no estado. Só em 2024, 316 miniusinas foram conectadas, gerando uma economia mensal estimada em R$ 23 milhões.

Considerando apenas os sistemas de minigeração conectados em 2024, o volume de investimentos em Mato Grosso chegou a aproximadamente R$ 700 milhões, sem contar ajustes de juros, correções monetárias ou custos indiretos. E os dados de 2025 já sinalizavam que o crescimento continuaria acelerado: apenas no primeiro semestre, foram conectadas 186 usinas, com uma potência total de 141,4 MW. Caso não houvesse a suspensão das conexões, a tendência era que os números superassem os resultados de 2024, refletindo o crescimento consistente da geração distribuída no estado ano após ano.

Essa expansão tem movimentado fortemente a economia local. A cadeia produtiva das usinas solares é ampla e inclui engenheiros, eletricistas, empresas de crédito, logística, fornecedores de equipamentos e muito mais. Estima-se que a suspensão da conexão de novas miniusinas represente a perda de cerca de R$ 1 bilhão por ano em investimentos, o que reforça a importância de encontrar alternativas para que o setor continue avançando com segurança e estabilidade.

A solução apontada pela Energisa envolve a construção de novas linhas de transmissão, o que demandará tempo e planejamento, com previsão mínima de cinco anos. Até lá, será necessário diálogo constante entre técnicos, concessionárias, autoridades e sociedade para mitigar os impactos e encontrar caminhos viáveis que conciliem segurança do sistema e expansão sustentável da energia solar.

É importante destacar que a medida não afeta os sistemas de microgeração, voltados a pequenos consumidores como residências e pequenos comércios, que continuam sendo conectados normalmente. Esses sistemas têm crescido de forma compatível com o aumento natural da demanda de energia nas cidades e são um importante instrumento de democratização da geração renovável.

Além do impacto econômico direto, a estagnação das miniusinas afeta também a criação de empregos locais e a oportunidade de diversificação da matriz energética regional. A energia solar se consolidou como uma alternativa viável, segura e acessível, especialmente em regiões com grande incidência solar como o Centro-Oeste.

A tecnologia das usinas solares avança rapidamente, e soluções como sistemas híbridos, armazenamento por baterias e gerenciamento inteligente da rede podem ajudar a minimizar os problemas de oscilação. Investir em inovação e adaptar a infraestrutura são caminhos promissores que precisam ser priorizados.

Outra questão relevante é o papel da energia solar no combate às mudanças climáticas. Em um mundo que busca reduzir a emissão de gases de efeito estufa, deixar de aproveitar o potencial solar de Mato Grosso é uma contradição frente às metas ambientais nacionais e internacionais.

Os consumidores que investem em geração própria de energia também atuam como parceiros do sistema, ajudando a reduzir a carga sobre a rede tradicional e diminuindo perdas técnicas. Com o tempo, essas fontes descentralizadas tendem a fortalecer a resiliência do sistema como um todo.
A suspensão temporária das conexões, embora justificada tecnicamente, deve ser encarada como um ponto de atenção e não como um retrocesso definitivo. O momento é de mobilização conjunta entre governo, empresas, profissionais do setor e sociedade civil.
É preciso que políticas públicas sejam alinhadas ao planejamento energético e à realidade regional. O apoio a projetos de infraestrutura, linhas de financiamento, incentivos à inovação e à qualificação profissional podem garantir um ambiente mais favorável à retomada do crescimento no setor.
Mato Grosso tem condições climáticas, econômicas e sociais para se manter como referência na produção de energia solar. O desafio agora é transformar essa vocação em uma política energética sustentável, de longo prazo.

O futuro da energia é descentralizado, digitalizado e descarbonizado. E Mato Grosso pode estar no centro dessa transformação, desde que haja articulação e visão estratégica.
A transição energética exige esforços coordenados e decisões corajosas. Com o devido planejamento, é possível compatibilizar segurança do sistema, crescimento econômico e sustentabilidade ambiental.
A pausa na expansão das miniusinas deve servir de alerta para a necessidade de modernização do sistema elétrico brasileiro como um todo, preparando-se para uma nova era de geração limpa e inteligente.
A energia solar continuará sendo peça-chave na transição energética e no desenvolvimento sustentável de Mato Grosso. Com diálogo, planejamento e investimentos em infraestrutura, é possível superar os desafios atuais e garantir que o estado siga como referência na geração limpa e descentralizada.
As miniusinas solares utilizam placas para gerar energia, com uma potência de inversor superior a 75 kW, cerca de 200 módulos fotovoltaicos, que são projetadas para gerar mais de 12 mil Quilowatts-hora (kWh) por mês, o equivalente a mais de 10 mil reais mensais, a depender dos equipamentos e tecnologias escolhidas para a instalação da usina.

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