DEBATE ENTRE ABÍLIO E LÚDIO FICOU NO "ZERO A ZERO

Abílio Brunini (PL) e Lúdio Cabral (PT) tiveram um primeiro momento de elegância e diplomacia o que não durou muito.

Abílio logo começou com suas incorrigíveis ironias ao agradecer Lúdio por chamá-lo de "meu candidato", num lapso de desatenção do petista.

A seguir Abílio começou o que seria uma de suas principais bandeiras ao longo do debate: o apoio velado do atual Prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) à campanha de Lúdio.

Deixou a entender que o apoio de Emanuel o faria levar parte de sua Secretaria Municipal para a eventual gestão do PT no município. Inclusive a da saúde que tanto foi criticada nesta gestão, lembrando que 6 dos sete secretários tiveram problemas com a Justiça neste Governo municipal.

Ludio apenas resignou-se a afirmar que ele mandaria em seu pleito.

Por sua vez Abílio demonstrou destreza em ser imediato em suas respostas inclusive acrescentando estatísticas, inspirando mesmo que momentaneamente, confiança em suas respostas.

Lúdio por sua vez usou muito a informação de que o Governo Federal já tinha demostrado interesse em apoia-lo em seus principais projetos. Destaque para as 20 mil casas (apoio do Ministério das Cidades) e energia solar para essas casas (também já com aval do Ministério das Minas e Energia).

Abílio perguntou de forma indireta se o eventual prefeito eleito, já que municipal, não teria então o Governo do Estado como parceria........

Abílio aproveitou para perguntar que, já que o candidato, que se diz cristão, como pode apoiar um partido a favor do aborto, liberação das drogas, casamento homoafetivo,.... como assim continuar numa bandeira que apóia tudo isso e dizer que é Cristão?

Lúdio rebateu dizendo que o presidente de seu partido, Waldemar da Costa Neto, tinha sido preso na lava-jato ao que Abílio imediatamente rebateu que .. foi preso no mesmo período e situação de Luís Inácio.
(outro tiro no pé do petista).

Mas Abílio começou a tornar o debate chato ao ser persistente na causa da extinção da taxa de lixo, tanto que Lúdio acabou adotando a hipótese de fazer o mesmo se eleito.

Sinal que o debate já estava se tornando cansativo.

Outra situação não menos risível foi quando Lúdio prometeu plantar 1 milhão de árvores em Cuiabá o que deve ter causado algumas gargalhadas na sala ao lado onde se encontrava a assessoria de ambos.

Como Abílio, um professor de 'gracinhas" jamais ia deixar passar barato, perguntou se ele não iria instalar também ar-condicionado pela cidade.

Estrategicamente Abílio foi muito bom em usar a palavra "mentira" em diversas frases. É uma palavra muito forte e lembra coisas negativas.

Mas Lúdio bateu mais na tecla dos mais de 30 cargos pedidos a Abílio belo atual Prefeito Emanuel e também Abílio continuou sem se defender.

A única ressalva foi Brunini insistir em perguntar por que não defendia nem se pronunciava sequer sobre o Governo de Emanuel Pinheiro... nada também foi dito.

Esse embate, até de certa forma embevecido de bom humor, tinha de melhorar a graça.

Pausa para o horário político gratuito.

E como meros expectadores , tínhamos de estar no clima.

Mas aí outro ponto para Abílio: enquanto Lúdio fez sua propaganda dentro dos padrões, o espaço de Abílio foi usado exclusivamente para mostrar o "lado negro" do PT o que contribui para o candidato da Direita uma vez que boa parte da cidade estatisticamente estava focada no debate.

(mas alguém reparou um pequeno detalhe antes de começar o horário eleitoral gratuito? Abílio e Lúdio se falando e rindo descontraídamente antes da câmera ser desviada para a transmissão do TRE? estamos sendo vítimas de teatro?)

Bem, na volta ao debate a coisa não tinha mais a mesma magia. Tornou-se cansativo tanto para quem faz e para que absorve o programa e me arrisco a dizer que o penúltimo debate ficou em 50,1% para alguém e 49,9% para o outro. Resta saber quem "venceu" o embate.
E aí as urnas dirão domingo... se o debate de sexta-feira na TV Três Américas não nos trouxer novidades.