A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO/MT) deflagrou nesta sexta-feira (20/9), em Cuiabá, a operação Pubblicare, que visa desmantelar um núcleo de uma organização criminosa formada por servidores públicos. A ação é um desdobramento da Operação Ragnatela. Entre os alvos está o vereador Paulo Henrique, que foi preso preventivamente.
Aproximadamente 70 policiais estão cumprindo 15 medidas cautelares expedidas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá (NIPO), incluindo sete mandados de busca e apreensão, a prisão preventiva de Paulo Henrique, o sequestro de seis veículos e um imóvel, além do bloqueio de contas bancárias.
O grupo investigado é suspeito de colaborar com membros de uma facção criminosa, facilitando a lavagem de dinheiro por meio de shows e eventos realizados em casas noturnas de Cuiabá. A FICCO apurou que agentes públicos supostamente permitiam a realização dos eventos sem a documentação necessária, e o parlamentar Paulo Henrique teria atuado como intermediário, obtendo vantagens financeiras em troca.
Primeira fase da operação
Na primeira fase da operação, deflagrada em junho de 2024, o vereador Paulo Henrique foi alvo de mandado de busca e apreensão. Na época, ele negou envolvimento com o esquema criminoso, alegando que sua única conexão com o caso era sua amizade com o produtor Rodrigo Leal, preso durante a operação e denunciado pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Leal foi nomeado para o Legislativo a pedido do vereador, e outros dois funcionários ligados ao gabinete de Paulo também foram exonerados após serem alvos da investigação.
Na ocasião, o vereador declarou que pretende provar sua inocência e afirmou: "Minha mãe sempre dizia para tomar cuidado com as pessoas. Me deem essa oportunidade de provar [minha inocência] porque com toda a certeza eu não quero envergonhar essa Casa."
As autoridades ainda estão em campo cumprindo as medidas judiciais, e mais detalhes sobre a operação devem ser divulgados em breve.