O Grupo Bordadeiras de Chapada dos Guimarães mantém viva há mais de 10 anos a tradição do bordado livre. Desde sua criação, em 2010, o grupo já capacitou mais de 400 mulheres e se tornou uma referência cultural e social na região. Além de valorizar a cultura local, o bordado é uma fonte de renda e um poderoso instrumento terapêutico para as participantes.
Essa história, marcada pela força das mulheres e pela preservação da cultura, foi documentada pelo Pablo Cuiabano, registrar a essência do grupo. Em sua visita à Chapada, ele revela o impacto dessa prática na vida das bordadeiras e na identidade cultural do município.
Bordado Livre: Uma Tradição que Ganha Vida
O bordado livre, técnica utilizada pelo grupo, reorganiza pontos tradicionais e propõe novos estilos e desenhos. Essa prática, muito difundida no Brasil, retrata temas como fauna, flora, tradições e cenas do cotidiano, proporcionando às bordadeiras um meio de expressão e conexão com sua cultura e identidade.
História de Chapada dos Guimarães. Em delicadas linhas coloridas, as bordadeiras contam desde a fundação da cidade até momentos marcantes, como a chegada dos padres, a construção da Igreja de Sant’Anna, a chegada dos hippies e a representação de pontos turísticos e figuras icônicas da região, como a "Vó Francisca".
O Impacto Social do Grupo
Coordenado pela educadora aposentada e artista Louriza Soares Boabaid Yule, o grupo nasceu de uma capacitação realizada pelo projeto “Bordando o Brasil”, com apoio do Banco do Brasil. Inicialmente, enfrentou dificuldades para reunir participantes, mas desde então se consolidou como um espaço de aprendizado, arte e acolhimento.
Além de gerar renda complementar, o grupo utiliza o bordado como forma de educação e conscientização, abordando temas sociais como saúde, meio ambiente e cultura. "Cada pano bordado conta uma história", explica Louriza, ressaltando a valorização das gírias e tradições locais, além de uma campanha especial que une o bordado à gastronomia do cerrado, com receitas, poesia e música.
Terapia e Integração no SUS
O bordado também desempenha um papel importante no cuidado com a saúde mental. Muitas mulheres relatam que a prática ajuda a aliviar sintomas de ansiedade e depressão. Por isso, há planos para integrar o grupo às Práticas Integrativas do SUS no município.
Uma Rede de Criatividade e Autoria
Com liberdade na criação dos desenhos – os chamados "riscos" – e o uso de cores vibrantes, cada bordadeira imprime sua marca nas peças. Sem depender de bastidores, os pontos fluem livremente, unindo o real e o imaginado em composições únicas.
Como Participar
O grupo está com inscrições abertas para cursos de bordado livre, tricô e pintura em tecido. As aulas acontecem na sede localizada na rua Santo Antônio, 106, no Centro de Chapada.
Com a sensibilidade do olhar de Pablo Cuiabano, as histórias dessas mulheres ganham novos contornos, alcançando ainda mais pessoas e destacando a riqueza cultural de Chapada dos Guimarães. Para as bordadeiras, cada ponto é uma conexão entre o passado, o presente e o futuro da cidade.