Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento preocupante nos casos de infarto. Essa condição cardíaca súbita e potencialmente letal está se tornando cada vez mais comum, colocando em risco a saúde de milhões de brasileiros.
"Qualquer pessoa na idade adulta, adultos jovens e infelizmente até crianças podem se enquadrar em risco cardiovascular aumentado". O alerta do cardiologista Agnaldo Biscopo mostra a realidade de um número preocupante: 99,7% dos pacientes com doenças cardiovasculares não conseguem controlar fatores de risco, segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp).
"Jovens com fatores de risco bem evidentes têm aumentando a incidência de doença cardiovascular no nosso meio", ressalta o médico.
Neste artigo, exploraremos as principais razões por trás desse aumento, os fatores de risco envolvidos e o que podemos fazer para prevenir a doença. Continue lendo!
Como acontece o infarto?
O infarto, também conhecido como ataque cardíaco, ocorre quando o suprimento de sangue para uma parte do músculo cardíaco é interrompido devido ao bloqueio das artérias coronárias. Esse bloqueio geralmente é causado pelo acúmulo de placas de gordura nas paredes das artérias, resultando em uma diminuição do fluxo sanguíneo. Se o suprimento de sangue não for restaurado rapidamente, as células do músculo cardíaco começam a morrer, o que pode levar a danos permanentes no coração ou até mesmo à morte.
Dados sobre o aumento de casos de infarto no Brasil
Quando se trata da saúde do coração, uma notícia recente chama a atenção. De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Cardiologia (INC), o número de internações por infarto no Brasil aumentou consideravelmente nos últimos anos.
Entre os homens, a média mensal de internações por infarto passou de 5.282 para 13.645, o que representa um aumento de 158%. Já entre as mulheres, a média mensal subiu de 1.930 para 4.973, representando um aumento igualmente alarmante de 157%.
Para entender melhor a magnitude dessa situação, é importante considerar que o estudo abrange todos os pacientes brasileiros que utilizam os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo tanto hospitais públicos quanto privados com convênios. Isso representa cerca de 70% a 75% de todos os pacientes do país.
Quais são os tipos de infarto?
De acordo com a quarta definição universal de IAM, temos os seguintes tipos:
- Tipo 1: Sendo o tipo mais comum, esse tipo de infarto ocorre quando uma placa de gordura se rompe e forma um coágulo que impede a passagem de sangue na artéria afetada;
- Tipo 2: Ocorre devido a um desequilíbrio na oxigenação do músculo do coração. Pode acontecer por conta de processos cirúrgicos, quadros de anemia profunda e queda da pressão arterial;
- Tipo 3: Chamado de infarto fulminante, é aquele que acontece de forma súbita. Geralmente, a pessoa vem a óbito antes mesmo de ser socorrida;
- Tipo 4: São aqueles que acontecem após uma angioplastia (ocorre durante o procedimento pois fragmentos de gordura acabam obstruindo vasos menores) ou por trombose do stent (pequeno tubo colocado dentro da artéria para evitar seu entupimento e ocorre pois acaba formando coágulos ao redor dele);
- Tipo 5: É o infarto que ocorre após uma cirurgia de ponte de safena.
Fatores de risco
Os fatores podem ser divididos em duas categorias: aqueles que não podemos modificar, como idade e predisposição genética, e aqueles que estão sob nosso controle, como hábitos de vida e condições de saúde. Fatores de risco modificáveis incluem tabagismo, dieta pouco saudável, sedentarismo, pressão arterial elevada, diabetes, colesterol alto, obesidade, estresse crônico e uso excessivo de álcool ou drogas. Identificar e controlar esses fatores é fundamental para prevenir o infarto e promover uma vida cardiovascular mais saudável.
Hábitos que auxiliam na prevenção a doença
Embora existam fatores de risco que não possam ser controlados, há medidas que podem ser adotadas para prevenir o infarto. Como por exemplo:
1. Alimentação saudável: Opte por uma dieta rica em frutas, legumes, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis;
2. Atividade física: Exercícios regulares fortalecem o coração, melhoram a circulação e ajudam a manter um peso saudável;
3. Controle da pressão arterial: O monitoramento regular da pressão arterial é um grande aliado na prevenção, não apenas para o infarto mas também para outras doenças como o AVC e a insuficiência renal;
4. Controle de diabetes: Se você tem diabetes, mantenha seus níveis de açúcar no sangue dentro das faixas recomendadas, pois o aumento excessivo da glicose no sangue favorece a maior produção de coágulos que também podem obstruir as artérias;
5. Abandono do tabagismo: Pare de fumar ou evite o hábito. O tabagismo é um dos maiores fatores de risco para o infarto devido às substâncias nocivas presentes no cigarro;
6. Gerenciamento do estresse: Encontre formas saudáveis de lidar com o estresse, como meditação, yoga ou hobbies relaxantes. Estresse repentino pode ocasionar na redução do calibre dos vasos sanguíneos, espasmos das artérias coronárias, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca.
7. Álcool: A moderação e, em casos de dependência, a procura por ajuda profissional são passos importantes e auxiliam na prevenção.
Em resumo, o aumento nos casos de infarto no Brasil é um alerta para a importância de cuidar da saúde cardiovascular. A prevenção é a chave para combater essa tendência preocupante.
O conhecimento das causas do infarto e a adoção de medidas preventivas, como a promoção de um estilo de vida saudável, são essenciais para proteger a saúde do coração e reduzir o risco de infarto. Consultar regularmente um médico para avaliações de saúde também é fundamental para monitorar e gerenciar fatores de risco específicos.