Cuiabá, 5 de junho de 2024 – A “Operação Ragnatela”, deflagrada nesta quarta-feira pela Polícia Federal e outras forças de segurança, atingiu também o vereador Paulo Henrique (PV), que foi alvo de um mandado de busca e apreensão. A investigação apurou que todos os funcionários do gabinete do parlamentar também foram alvos da operação. Apesar de ter direito a acompanhamento jurídico da Câmara, Paulo Henrique optou por não acionar a Procuradoria-Geral do Parlamento Municipal.
De acordo com as informações preliminares, o vereador é suspeito de facilitar a obtenção de licenças por meio de fiscais da Prefeitura da Capital, beneficiando o grupo criminoso Comando Vermelho. Em troca, ele recebia vantagens financeiras. Um policial penal também está envolvido no esquema.
A investigação revelou que a facção criminosa adquiriu o Dallas Bar, em Cuiabá, por R$ 800 mil, pagos em espécie com dinheiro de atividades ilícitas. O local foi utilizado para realizar shows de artistas nacionais, financiados pela facção.
O esquema chamou atenção após uma apresentação do cantor MC Daniel ser interrompida devido ao comportamento hostil do público, que rejeitou o artista por ele ser de São Paulo, estado dominado pela facção rival Primeiro Comando da Capital (PCC).
A “Operação Ragnatela” visa desarticular o Comando Vermelho, maior facção criminosa de Mato Grosso, e contou com a participação de aproximadamente 400 policiais que cumpriram mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, além de outras medidas judiciais como bloqueio de contas e sequestro de bens.
A operação teve apoio do Centro Integrado de Operações Aéreas de Segurança Pública (Ciopaer) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, força-tarefa permanente composta pelo Ministério Público Estadual, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Sistema Socioeducativo. A Ficco-MT, uma força integrada pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar, liderou a operação.