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Polícia Quarta-feira, 04 de Dezembro de 2024, 10:05 - A | A

Quarta-feira, 04 de Dezembro de 2024, 10h:05 - A | A

Reestruturação

Presidente da Associação de Cabos e Soldados Rebate Informações Sobre Salários e Cobra Melhorias na Carreira Militar

Laudicerio Machado critica baixos salários, falta de progressão de carreira e alerta para a necessidade de investimentos na segurança pública.

Pablo Cuiabano

 Durante entrevista ao programa Balanço Geral, Laudicério Machado, presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar de Mato Grosso, rebateu a informação de que os policiais e bombeiros militares do estado possuem os maiores salários do país. Segundo ele, os dados divulgados em uma matéria nacional pelo portal Poder 360 não condizem com a realidade local.

“Hoje, a Polícia Militar tem o salário mais baixo entre os agentes de segurança pública em Mato Grosso”, afirmou Laudicério. Ele destacou que muitos policiais precisam trabalhar em jornadas extraordinárias, chegando a 70 horas extras por mês, para garantir um salário digno.“Hoje, a Polícia Militar tem o salário mais baixo entre os agentes de segurança pública em Mato Grosso”, afirmou Laudicério. Ele destacou que muitos policiais precisam trabalhar em jornadas extraordinárias, chegando a 70 horas extras por mês, para garantir um salário digno.
A fala foi contextualizada pelo caso do sargento Odenil Alves, que faleceu recentemente enquanto estava em serviço extraordinário. Segundo Laudicério, Odenil precisava da renda extra para complementar seu salário e manter a dignidade da sua família. O caso, segundo ele, expõe as dificuldades enfrentadas pela categoria, desde salários insuficientes até a falta de progressão de carreira.
Falta de valorização estrutural
Laudicério também ressaltou que a estrutura da Polícia Militar precisa ser reorganizada. Como exemplo, ele citou policiais que ingressaram na corporação em 2011 e só serão promovidos a terceiro-sargento em 2032, enquanto outras carreiras de segurança pública alcançam patamares superiores em menos tempo.
“Essa lentidão no avanço da carreira é constrangedora e desmotivadora. Temos militares com décadas de serviço que não conseguem atingir posições compatíveis com seu tempo e dedicação”, pontuou.
Outro ponto abordado foi a disparidade salarial entre a Polícia Militar e outras carreiras de segurança pública, como a Polícia Civil. Ele apresentou dados que mostram diferenças de até 28% no salário de praças em comparação a outras categorias com a mesma exigência de nível superior.
Impacto na segurança pública
A sobrecarga e os baixos salários afetam diretamente a qualidade do serviço prestado à população. Laudicério reforçou que a falta de policiais e de uma estrutura adequada tem levado os agentes a assumirem funções fora de sua competência, como a segurança patrimonial em convênios municipais.
Ele concluiu pedindo que o governo estadual, legislativo e associações se reúnam para debater soluções práticas e urgentes. “Precisamos de uma reestruturação completa, que inclua salários dignos, progressão justa de carreira e melhores condições de trabalho. Isso impacta diretamente na segurança pública como um todo”, destacou.
A entrevista trouxe à tona problemas estruturais que, segundo Laudicério, precisam de atenção imediata do Executivo estadual para evitar mais tragédias e melhorar a qualidade de vida dos agentes de segurança pública e da população que dependem do serviço.

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