Laura Muller é psicóloga clínica, comunicadora e especialista em educação sexual. É autora de 'Educação Sexual em 8 Lições - Como Orientar da Infância à Adolescência', entre outras obras e escreveu o seguinte artigo para o Jornal Folha de S. Paulo (www.folha.com.br):
“A coluna de hoje envolve uma temática polêmica e importante a ser discutida entre pais, mães, filhos e filhas: pode ou não pode namorar em casa? Quais as possibilidades e os limites para isso? E tem diferença entre os gêneros? Tipo: meninos podem, meninas não? Pior: namoro hétero pode, namoro homossexual não? Enfim, quais as regras?
Vamos com muita calma nessa hora.
O primeiro ponto a ser levado em conta é: as regras da casa devem valer para todos os gêneros e todas as formas de viver a sexualidade. Ou seja, devem ser as mesmas para os jovens e as jovens, independentemente de como cada um vive a sexualidade (se é com alguém do mesmo sexo, ou do outro sexo, por exemplo). Vale também, na medida do possível, abrir cada vez mais o campo para o diálogo em casa sobre essas e outras questões acerca do universo sexual. - Vasyl - Mas o segundo ponto é igualmente importante: as regras, que devem valer de forma similar para todos, são regras e precisam ser respeitadas.
O que isso quer dizer? Que cada casa vai ter as próprias regras, e esse limite deve ser levado em conta. Ou seja, há casas que vão permitir que os filhos e as filhas tragam namorados e namoradas para dentro, durmam com eles no quarto e vivam a sexualidade por ali como quiserem.
Mas há outras casas que não são assim. E impõem limites, do tipo: só pode ficar no quarto de porta aberta, não pode sexo nem carícias eróticas de qualquer espécie e tem que ter sempre um adulto pela casa (o pai, a mãe, ou outro).
Fazer o quê, então?
Respeitar as regras! Os adultos responsáveis pela casa têm o direito de estabelecê-las. Assim como têm o dever de que as regras sejam similares para todos os gêneros e todas as formas de viver a sexualidade. Isso também precisa ser respeitado.
Vale refletir muito sobre isso, você não acha?
Vale também, na medida do possível, abrir cada vez mais o campo para o diálogo em casa (e, claro, na sociedade como um todo) sobre essas e outras questões acerca do universo sexual.
Ao trazer os assuntos delicados à toda, tudo vai ganhando mais clareza e, aos poucos, mais tranquilidade, conforto e (por que não?) também mais satisfação.
Até a próxima coluna!”